Cirurgia Bariátrica
A obesidade é hoje considerada uma doença crônica por diversas entidades médico científicas do mundo e pela Organização Mundial da Saúde, que resulta da associação de fatores ambientais e genéticos.
Médico Especialista
Doutor
Renato Luna Abrantes
Cirurgia Bariátrica
O que é obesidade?
A obesidade é uma doença crônica que resulta da associação de fatores ambientais e genéticos. Ela é hoje considerada uma doença crônica por diversas entidades médico científicas do mundo e pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
A doença da obesidade está associada a altos custos sociais, psicológicos e econômicos e está relacionada à redução da expectativa de vida do indivíduo.
Existem diferentes maneiras da medição da obesidade, e a mais utilizada no meio médico é o índice de massa corporal (IMC). Este índice é calculado pela fórmula Peso (kg)/Altura (m)2, onde dividimos o peso em quilogramas pelo quadrado da altura em metros. Os parâmetros de faixas de peso utilizados são:
Pacientes com IMC acima de 50 são considerados super obesos e têm índices de complicações do tratamento acima dos pacientes com faixas de peso menores.
No Brasil, o Conselho Federal de Medicina (CFM) define as diretrizes para realização da cirurgia da obesidade, bem como as técnicas estabelecidas.
O que é a cirurgia bariátrica?
A cirurgia bariátrica, ou popularmente conhecida “redução de estômago”, é um procedimento indicado para tratar casos de obesidade grave e reduz a capacidade do estômago de receber alimentos, dificultando o órgão de absorver muitas calorias.
Para se ter uma ideia da redução, uma pessoa não operada tem um estômago capaz de receber de 1 a 1,5 litros de alimentos, enquanto um estômago de uma pessoa pós-bariátrica recebe apenas de 25 ml a 200 ml de capacidade.
Ainda, a cirurgia afeta a produção do hormônio da saciedade, o que diminui a vontade de comer.
Quem pode fazer a cirurgia bariátrica?
- Pessoas com IMC igual ou superior a 50 kg/m²;
- Pessoas com IMC igual ou superior a 40 kg/m², sem perda de peso mesmo com acompanhamento médico e nutricional comprovado durante, pelo menos 2 anos;
- Pessoas com IMC igual ou superior a 35 kg/m² e presença de outras doenças de risco cardiovascular elevado, como pressão alta, diabetes descontrolada e colesterol alto.
Tipos de cirurgia bariátrica
Banda gástrica
É menos invasiva e consiste em colocar uma banda, em forma de anel, em volta do estômago, de forma que ele diminua de tamanho, contribuindo para uma menor ingestão de alimentos e de calorias.
Normalmente, este tipo de cirurgia apresenta menos riscos para a saúde e tem um tempo de recuperação mais rápido, mas seus resultados podem ser menos satisfatórios que as outras técnicas.
Esta técnica está associada a altos índices de cirurgias revisionais, sendo atualmente raramente utilizada em alguns poucos centros.
Bypass Gástrico (Gastroplastia com desvio intestinal em “Y de Roux”)
É a técnica bariátrica mais praticada no Brasil, correspondendo a 65% das cirurgias realizadas, devido a sua segurança e, principalmente, sua eficácia.
Nesse método o estômago é reduzido com cortes ou grampos e é feita uma alteração no intestino para reconectá-lo à parte do estômago que irá permanecer funcional.
Gastrectomia Vertical
Neste tipo de cirurgia, que também pode ser conhecida como “cirurgia de sleeve”, o cirurgião mantém a ligação natural do estômago ao intestino.
Normalmente é recomendada para pacientes que apresentem um quadro menos grave de obesidade. Essa intervenção provoca uma boa perda de peso, um pouco menor que o bypass gástrico.
Duodenal Switch
É a associação entre gastrectomia vertical e desvio intestinal. Nessa cirurgia, 85% do estômago é retirado, porém a anatomia básica do órgão e sua fisiologia de esvaziamento são mantidas.
O desvio intestinal reduz a absorção dos nutrientes, levando ao emagrecimento. Tem algumas desvantagens, como sua complexidade técnica e risco maior de desnutrição a longo prazo. É feita com pouca frequência no Brasil e pelo mundo.
Cirurgia metabólica
A cirurgia metabólica é feita com os mesmos procedimentos da cirurgia bariátrica, o que varia é sua indicação.
No caso da cirurgia metabólica, trata-se de um tratamento para a melhora da pressão, glicemia e colesterol, independente do IMC do paciente.
Contra-indicações da cirurgia bariátrica
Portadores de doenças psiquiátricas graves, quadros psicóticos em atividade, quadros de demência ou dependência de drogas ou álcool.
Recuperação da cirurgia bariátrica
- Manter o repouso por pelo menos duas semanas;
- Fazer a nutrição e hidratação adequadas de acordo com as recomendações médicas;
- Evitar fazer grandes esforços durante quatro semanas;
- Manter-se ativo e fazer caminhadas leves.
Riscos da cirurgia bariátrica
Existem riscos na cirurgia bariátrica que devem ser considerados, mesmo quando ela é realizada por videolaparoscopia. Eles são:
- Perfuração;
- Sangramento interno;
- Vômitos;
- Infecções;
- Fístulas;
- Embolia pulmonar.
Após a cirurgia, os cuidados devem ser redobrados porque o corpo pode ficar desnutrido. Isso pode ocorrer uma vez que a ingestão de comida diminui brutalmente em função da diminuição do estômago.
INDICAÇÃO DA CIRURGIA
IDADE MÍNIMA
CIRURGIAS EXPERIMENTAIS
Fonte: CFM
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